Impacto Social e Familiar

Impacto Social e Familiar

Investigar como o jogo problemático afeta as relações familiares, sociais e comunitárias e como estas podem ser protegidas e apoiadas.
Impacto Social e Familiar

O jogo compulsivo é um problema sério e acarreta consigo várias consequências em diversas áreas: relações sociais, situação económica e saúde mental, que será o foco deste artigo. A Universidade de Cambridge concluiu num estudo que os jogadores compulsivos apresentam maior atividade na parte do cérebro ligada à tomada de decisões de risco, o que pode consequentemente motivar problemas a nível financeiro e psicológico.

Observamos de seguida os vários efeitos que o jogo compulsivo pode ter na saúde mental. Ao estar presente uma componente forte de incerteza antes e durante os jogos de sorte e azar, é comum aumentarem os níveis de ansiedade e stress, que podem ser intensificados após prejuízos e preocupação em recuperar/ganhar mais dinheiro.

O nosso cérebro reage à recompensa e ao risco e liberta dopamina (neurotransmissor que influencia as nossas emoções). Nesta lógica, o aumento constante de dopamina pode contribuir para o vício, visto que os apostadores podem priorizar mais a busca incessante pela sensação de vitória, ignorando certos cuidados a ter.

Resultante de uma incapacidade em parar, maiores danos financeiros, falta de autoestima, descrédito social e detrimento de relações/outras áreas, é também possível haver a presença da depressão. Inclusive, há casos de tal obsessão que podem desenvolver um transtorno de jogo patológico, conhecido também por ludopatia. Consiste basicamente na necessidade incontrolável de jogar apesar das consequências e é fundamental dar especial atenção para conter e contornar a situação para caminhos de melhoria.

Por fim, a própria comunidade num todo pode ser afetada. Por um lado, o desenvolvimento de problemas financeiros – de endividamento e incapacidade de pagar empréstimos contraídos – pode criar um efeito bola de neve a nível financeiro que, no caso de uma crise grave, será sentido. Por outro lado, uma das consequências do vício no jogo é a perda de produtividade, afetando as empresas ou entidades trabalhadoras, o que pode trazer impacto nestes meios. Em casos extremos, pode ser também um fator potenciador de desemprego.

Para evitar que a situação chegue a casos tão extremados, é importante desenvolver uma ação conciliadora que permita quer proteger as relações, evitando casos mais graves, quer apoiá-las, atenuando situações mais delicadas.

Quanto ao primeiro caso – da proteção das relações – há essencialmente duas medidas que podem e devem ser adotadas.

1. Educação e consciencialização: de forma a garantir a mudança de mentalidades e a identificação precoce de sintomas associados a comportamentos aditivos.

2. Estabelecimento e monitorização de limites: que permitam um controlo rígido a qualquer desvio no padrão regular de apostas.

Em casos mais graves, o apoio é a palavra dominante, sendo este de dois meios.

1. Meio informal: através de uma rede de apoios sólida que inclua o núcleo duro de relações pessoais do jogador, tais como familiares, amigos ou organizações comunitárias e grupos integrados por este.

2. Meio profissional: baseado na ajuda de terapeutas profissionais especializados em lidar com o vício no jogo.

Por fim, e atuando como fatores preventivos nas duas dimensões, importa realçar a importância da criação de um ambiente próximo de confiança e que permita a partilha sem julgamentos.

Mário Cagica

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Jornalista e comentador

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