Em vez de romantizar o jogo e uma obtenção rápida, fácil e divertida de dinheiro/êxito social por intermédio de uma promoção excessiva que explore as vulnerabilidades e meios de adesão, estes instrumentos devem proteger os jovens adultos, menores e qualquer outro grupo de risco, consciencializar a população dos maiores perigos, comunicar integramente e garantir assim uma atividade lúdica segura.
Como nem sempre acontece, observou-se críticas e cada vez mais debates em torno da publicidade e, por conseguinte, abordagens a serem adotadas para uma prática mais responsável. Segue em baixo algumas.
É verdade que a publicidade e o marketing partilham o objetivo de captar e levar a maior quantidade de indivíduos possível para um determinado produto ou serviço.
No entanto, falando de uma indústria que pode levar ao vício e ruína dos consumidores, é indispensável que haja transparência sobre os riscos associados e informações necessárias (regras e funcionamento, oportunidades de ganho, propósito e outras indicações importantes) para uma decisão mais sensata e racional.
No fundo, uma consciencialização da sociedade à volta deste tema mais sensível, sendo idealizado a promoção do jogo responsável e acesso, em caso de necessidade, de estratégias para prevenir e remediar certos comportamentos, bem como recursos disponibilizados para a ajuda dos jogadores.
Além do básico, presente no Código da Publicidade, como por exemplo não encorajar práticas excessivas, iludir o apostador a nível material, utilizar menores como intervenientes da mensagem e, claro, uma publicidade direcionada a menores, sobretudo dentro de infraestruturas que frequentam (como escolas) e a 250 metros das mesmas, há várias outras estratégias para desenvolver uma publicidade e um marketing mais apropriado e focado no jogo responsável. Ora ficamos mais umas quantas.
A substituição de uma linguagem negativa por uma mais eficiente, a consolidação das regras à volta da publicidade, controlo mais rigoroso nos anúncios em certos horários e canais (restringindo publicidade especialmente direcionada a grupos vulneráveis, como menores ou pessoais que tenham problemas de jogo), o cumprimento dos princípio da conduta ética (regras gerais), obtenção de certificados acerca da relação entre a responsabilidade e os jogos de apostas no sentido de auferir mais credibilidade a novos utilizadores, o incentivo à gestão e limites de valores a serem gastos, bem como a hipótese de auto-exclusão, se os jogadores sentirem que estão a desenvolver maiores problemas.
Um espaço que merece também especial atenção e cuidado é a internet, devido à facilidade de acesso dos menores, que navegam assiduamente e são expostos diariamente a uma grande quantidade de produtos e serviços.
É, portanto, fundamental a publicidade consciente e regulada no online.Além disso, as empresas de jogos e azar, além de evidentemente definirem melhores planos de comunicação e campanhas de marketing superiores a nível ético, devem avaliar frequentemente o impacto das suas iniciativas, olhar para os resultados e tomar decisões. Sempre em prole da segurança e de reduzir maximamente possíveis consequências negativas.
O manuseamento da inteligência artificial e a tecnologia podem ajudar a encontrar formas inovadoras de impulsionar uma publicidade e marketing responsável, tal como a colaboração com organizações de saúde mental para poder criar melhores campanhas ou entre cooperação internacional entre vários países de forma a discutir e avaliar políticas e partilhar estratégias, dados e recursos.